sábado, 5 de janeiro de 2008

Navio Naufragado



Depois de uma temporada a contar grãos de areia, já estava quase a chegar ao fim e... enganei-me!
Então resolvi voltar!

Antes de mais impõe-se desejar a todos um 2008 muito, muito, muito feliz e como o blog é dedicado ao Mar (neste caso da Chincha), resolvi deixar um miminho para adoçar a entrada neste novo ano!
Se bem me lembro, as nossas primeira conversas, ainda antes de ficarmos todos atordoados com a magia da falta de gravidade e das cores e formas improváveis, eram sobre assuntos bem mais prosaicos: o trabalho e como torná-lo mais agradável (ver título do post). Por isso, e porque me lembro muitas vezes de vocês (e porque fui à FNAC e comprei um livrinho lindo), deixo-vos este poema como prenda para todos, como um brinde aos sonhos!

Navio Naufragado

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves de cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos dos videntes.

(Sophia)


... o que eu não dava para encontrar um "poema" destes no fundo do nosso Mar!

2 comentários:

Buddy-da-Onça (ex-Burrié) disse...

É realmente um poema lindissímo!!!

Feliz ano chincheira ...

Beijo grande.

Akra Barbarion disse...

Olá miga bom ano.

Tenho a certeza que no Mar da Chincha não só deve haver um poema, como um cancioneiro inteiro.

O nosso mar é uma pérola ;)