segunda-feira, 14 de abril de 2008

Ouvidinhos a 100%

Isto de mergulhar é fantástico, mas comigo nunca é simples e tirando o primeiro mergulho no mar, ainda não houve nenhum que tivesse feito que não terminasse numa chatice qualquer nos ouvidos!

Depois de duas otites, uma perfuração no tímpano... podiam dizer "é galo"... não é mesmo uma capoeira inteira! Mas parece que as coisas estão a melhorar!

Lá fui eu ao médico que me disse que o meu tímpano já tinha cicatrizado (e quase não é perceptível o local da lesão) e que o ouvido que costuma fazer otites "tem um óptimo aspecto"! O que quer dizer que estou prontíssima para ir à água (apesar de estar com um bocado de medo em relação ao que me pode acontecer a seguir)...

Então o que é que eu aprendi mesmo:

- Descer MUITO lentamente e compensar frequentemente (cada 3m... mas parece-me que isto varia de pessoa para pessoa) e de forma SUAVE à medida que se desce: a minha principal lição é que tenho ainda que descobrir qual é o meu ritmo, apesar de saber que sou mais lenta na adaptação à profundidade do que o pessoal com quem tenho mergulhado... é assim!

- Não forçar a compensação porque pode resultar em barotrauma ao nível do ouvido médio: a minha primeira otite também resultou de um barotrauma... não é nada agradável! O mar não foge, por isso mais vale esperar pelo próximo mergulho!

- NUNCA mergulhar congestionada/constipada: o médico que me observou acha que esse poderá ter sido o motivo para a perfuração do tímpano...

- Proteger os ouvidos no frio durante as viagens de barco: pode fazer a diferença entre desencadear uma otite ou não!

- Manter os seios nasais tão "limpos" quanto o possível: os sprays tipo Nasomar usados com alguma frequência têm esse efeito e ajudam a prevenir as sinusites ou dores de cabeça;

- Existe uma outra manobra que é a de Frenzel (ou de Marcante-Odaglia) que é mais suave e que é utilizada por pilotos e que pode não resultar tão bem quanto a de Valsalva... eu ainda não experimentei, mas estou a considerar fazê-lo como método complementar:

"A técnica desenvolvida para voar é fechar as cordas vocais, assim como se fosse levantar um peso pesado. O nariz é pinçado naturalmente e faz-se um esforço para fazer um som gutural “gã” ou "quã". Fazendo isto, levanta-se o último terço da língua e a “Maçã de Adão” eleva-se. Esta técnica também é chamada de “pistão da garganta”. É como se o mergulhador usasse a língua como um pistão, que empurra o palato mole para cima. Esta manobra comprime o ar na garganta e o esforço de pressurização pode ser sentido na parte mole do nariz. Um mergulhador pode praticar essa técnica observando a parte mole do nariz inflar ao mesmo tempo que move a maçã de adão para cima e para baixo"

outra descrição

"Com a glote bloqueada, as narinas tapadas e com a língua levantada aplicada contra o céu da boca, deve-se tentar imitar o som QUA. Isto corresponde ao mesmo movimento de tentar engolir em seco, sem que haja necessidade de tapar as narinas. Um outro artifício para tentar compensar é o de engolir em seco. Há mergulhadores que conseguem compensar desta forma. Embora a manobra de Valsalva seja a mais utilizada, por ser a mais simples e eficaz, as duas últimas são no entanto, as menos "violentas", pois, especialmente a ultima, provoca a abertura das trompas naturalmente, sem necessidade de injectar ar."

Tudo isto já tínhamos lido e ouvido milhares de vezes durante o curso... mas eu sou um bocado croma e até passar pelas coisas não aprendo!

Ficam as dicas para os outros chincheiros (que têm melhores ouvidos que eu!)

2 comentários:

Rui disse...

Sim senhor...
quando precisar de ir ao otorrino, já não o vou fazer, basta marcar uma consulta ali para os lados da nazaré!
Mas olha lá... a compensação não era a cada 1m?

Buddy-da-Onça (ex-Burrié) disse...

:D
Bem mas que grande liçãozinha de anatomia do ouvido?! Isto já me parece um certo exame de medicina ... a propósito o músculo esternocleido mastoideu não entre aqui?!
:D :D

BJS