Depois de duas otites, uma perfuração no tímpano... podiam dizer "é galo"... não é mesmo uma capoeira inteira! Mas parece que as coisas estão a melhorar!
Lá fui eu ao médico que me disse que o meu tímpano já tinha cicatrizado (e quase não é perceptível o local da lesão) e que o ouvido que costuma fazer otites "tem um óptimo aspecto"! O que quer dizer que estou prontíssima para ir à água (apesar de estar com um bocado de medo em relação ao que me pode acontecer a seguir)...
Então o que é que eu aprendi mesmo:

- Descer MUITO lentamente e compensar frequentemente (cada 3m... mas parece-me que isto varia de pessoa para pessoa) e de forma SUAVE à medida que se desce: a minha principal lição é que tenho ainda que descobrir qual é o meu ritmo, apesar de saber que sou mais lenta na adaptação à profundidade do que o pessoal com quem tenho mergulhado... é assim!
- Não forçar a compensação porque pode resultar em barotrauma ao nível do ouvido médio: a minha primeira otite também resultou de um barotrauma... não é nada agradável! O mar não foge, por isso mais vale esperar pelo próximo mergulho!
- NUNCA mergulhar congestionada/constipada: o médico que me observou acha que esse poderá ter sido o motivo para a perfuração do tímpano...
- Proteger os ouvidos no frio durante as viagens de barco: pode fazer a diferença entre desencadear uma otite ou não!
- Manter os seios nasais tão "limpos" quanto o possível: os sprays tipo Nasomar usados com alguma frequência têm esse efeito e ajudam a prevenir as sinusites ou dores de cabeça;
- Existe uma outra manobra que é a de Frenzel (ou de Marcante-Odaglia) que é mais suave e que é utilizada por pilotos e que pode não resultar tão bem quanto a de Valsalva... eu ainda não experimentei, mas estou a considerar fazê-lo como método complementar:
"A técnica desenvolvida para voar é fechar as cordas vocais, assim como se fosse levantar um peso pesado. O nariz é pinçado naturalmente e faz-se um esforço para fazer um som gutural “gã” ou "quã". Fazendo isto, levanta-se o último terço da língua e a “Maçã de Adão” eleva-se. Esta técnica também é chamada de “pistão da garganta”. É como se o mergulhador usasse a língua como um pistão, que empurra o palato mole para cima. Esta manobra comprime o ar na garganta e o esforço de pressurização pode ser sentido na parte mole do nariz. Um mergulhador pode praticar essa técnica observando a parte mole do nariz inflar ao mesmo tempo que move a maçã de adão para cima e para baixo"
outra descrição
"Com a glote bloqueada, as narinas tapadas e com a língua levantada aplicada contra o céu da boca, deve-se tentar imitar o som QUA. Isto corresponde ao mesmo movimento de tentar engolir em seco, sem que haja necessidade de tapar as narinas. Um outro artifício para tentar compensar é o de engolir em seco. Há mergulhadores que conseguem compensar desta forma. Embora a manobra de Valsalva seja a mais utilizada, por ser a mais simples e eficaz, as duas últimas são no entanto, as menos "violentas", pois, especialmente a ultima, provoca a abertura das trompas naturalmente, sem necessidade de injectar ar."
Tudo isto já tínhamos lido e ouvido milhares de vezes durante o curso... mas eu sou um bocado croma e até passar pelas coisas não aprendo!
Ficam as dicas para os outros chincheiros (que têm melhores ouvidos que eu!)

2 comentários:
Sim senhor...
quando precisar de ir ao otorrino, já não o vou fazer, basta marcar uma consulta ali para os lados da nazaré!
Mas olha lá... a compensação não era a cada 1m?
:D
Bem mas que grande liçãozinha de anatomia do ouvido?! Isto já me parece um certo exame de medicina ... a propósito o músculo esternocleido mastoideu não entre aqui?!
:D :D
BJS
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